Nei Duclós
Voltei à poesia, que sem filtro me filma
luz natural que na escuridão se imagina
claridade focada na palavra ainda larva
que cria asas quando enfim se confina
Perdi o contorno, a moldura na oficina
borrei a tela onde as cores se cruzam
preciso da voz quando o olhar assoma
faço o verso, o outro espaço do forro
Tracei a trilha ao reconduzir a esgrima
para o corte cultivado na superfície
refiz o mergulho ao retornar à tona
Torço o soneto até que ele expire
e sua alma atinja o céu cinemascope
desce do monte a lei em carne viva
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