13 de agosto de 2014

PENS/ARTE



Nei Duclós

Alegria e tristeza fora do teatro. Sem iluminação para criar clima. Sem olhares para o vazio para atrair atenção. Sem riso estudado de resultados.

Mas a sinceridade acaba sendo de bastidores, uma performance perfeita que até parece humana. Criamos personagens à imagem e semelhança de alguém que desconhecemos, nós mesmos.

Somos colhidos pela tentação da sabedoria, a que não nos pertence. Traímos o molde e fora dele. Por isso fazemos arte, representação do que podemos ser, calor na sala alimentado pelo porão.

Morrer é pouco quando a verdadeira maldição é não se ver e confiar no espelho o que vigiamos desacordados.


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