Nei Duclós
Algo fica da louca vida
A lisa memória dos sentidos
O coração aflito
O amor à vista
O verbo que arde nos conflitos
O sopro do Leste
a Lua incompreendida
o torpe comedimento
dos caminhos
A redenção espúria
a colocação precisa
Algo fica
do espaço mudo
o sarro do tempo
o claro da trilha
o rastro no desvio
teu olhar ferido
mãos que sucumbiram
na linha de tiro
quando sumiste
mas algo retive:
o que me consumia
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Bouguereau.