19 de abril de 2012

UM VERSO NA SARJETA


Nei Duclós

Sempre fui assim.
Um verso na sarjeta.
Barco de papel na enxurrada.
Banco do meio fio na aventura.
Guia de memórias no crepúsculo,
quando o sol bate no rio,
explode de amor e se apaga.

Sempre serei o que te viu primeiro
na cidade perdida
quando nem eras ainda
a única estrela na tarde luminosa

Sempre sou o que te abraça
quando todos soltam.
O que te beija
quando viram a cara.
O que te quer
no espaço infinito onde te aguardo

Mulher que o destino me reserva
senta comigo na calçada
vai passar o corso, a mocidade
Vamos aplaudir juntos
o prazer de sermos o avesso
do universo lotado de lágrima


RETORNO – Imagem desta edição: cena de City Lights, de Chaplin.

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