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16 de abril de 2012
AFLITA
Nei Duclós
Acordo sem você no ninho estéril
onde choco a ilusão de ser amante
dormes longe no manto de deserto
grossa coberta do teu corpo intacto
Foi-se o tempo e eu nem vi passando
estava distraído em te amar, confuso
perdi a chance que apostou no impacto
enredei-me no assédio do refúgio
Disso é feito a vida, cisco de esperas
poemas sem sentido, dores eternas
sonho escondido em bailes de miséria
Mas algo balança o canto no trapézio
sufoco amargo cede na desdita
és tu que chega, arrulho, coração aflito
RETORNO – Imagem desta edição: foto de Louise Dahl Wolfe.
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