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17 de maio de 2011
RESGATE
Nei Duclós
Aos vinte anos a vida termina
ressuscitarei um dia
quando voltar esta nuvem
que passou por mim
e foi perdida
Meu cofre está vazio
como um recém nascido
mas posso ver nele
tudo o que eu não via
inclusive meus abrigos
que despi em pleno frio
Frágil demais
enlouqueço devagar
para não quebrar a espinha
Eu sei de um cais, amiga
onde ninguém desconfia
que ali chegará um navio
que todos viram partir
Eu sei de um cais
semeado de minas
onde o futuro pisará
explodindo
a mudez do exílio
RETORNO - 1. Poema publicado com algumas modificações no livro No Mar, Veremos. Prefiro esta versão, mais fiel à original. O poema vem pronto, mas invocamos com detalhes, que mudam a música dos versos. Então, devemos recuperá-lo em sua identidade completa. 2. Imagem desta edição: uma fragata imperial fundeada em frente ao Cais da Alfandega de Porto Alegre em 1865. Tirei daqui.
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