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19 de dezembro de 2009
METAS PARA O MEIO AMBIENTE
Pequenas nações se insurgiram contra o fracasso do encontro em Copenhague e resolveram fazer um documento alternativo ao pífio acordo oficial, se é que houve um. Foram definidas algumas metas, dentro do enfoque proposto pela Ministra Dilma, de que o “o meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, a maior ameaça para o desenvolvimento sustentável e, portanto, para o planeta e os nossos países”. O objetivo é salvar o planeta acabando logo com o meio ambiente. Isso guindará os países anões a potências poluidoras como a China.
Entre os signatários estão enclaves como a Toca da Raposa, territórios como Cucaracha do Oeste (que fica entre o Acre e a Chavezland), ermos montanhosos europeus como Luxemburgo Central, além de lugares que declararam independência recentemente, como Tuvalu Sem Jaça, na Ásia, Ilha da Páscoa Meridional, perto da Patagônia, e Pé do Vesúvio, um paraíso histórico turístico situado nos Pirineus. Vamos às principais decisões:
DESMATAMENTO - A meta é chamar os malaios para acabar de uma vez com a Amazônia, como fizeram com a mata Atlântica. Derrubar dez milhões de acres por segundo com tratores alemães fará com que a região do norte do continente sulamericano se transforme num Saara, onde, invariavelmente, existirá petróleo. Isso será uma bênção para o desenvolvimento automóvel-sustentável.
FULIGEM CHINESA - Os países signatários se comprometem a importar tecnologia para promover e provocar a fuligem que atualmente toma conta das grandes cidades chinesas, pois isso é um sinal evidente de Nojo do Outros professados pela China e tão necessário para a afirmação internacional – e, portanto deve ser imitado. O único problema é agüentar a sacanagem dos técnicos vindos dessa potência do lixo universal. Como se sabe, eles são especialistas em fabricar porcarias. Possivelmente vão implantar chaminés fajutas e fumaça sem aquele impacto ambiental poderoso que faz de Xangai uma atmosfera jupiteriana.
BIO-UNIVERSIDADE - Ao contrário da biodiversidade, a meta é praticar genocídio de todas as espécies, deixando apenas algumas para que a ação politicamente correta possa concentrar recursos públicos do mundo inteiro. O negócio é eliminar jacus, papagaios, antas, rinocerontes, emas e deixar apenas tartarugas, golfinhos e mico leões dourados. Assim, a biouniversidade trará o brilho das teses sobre a importância do casco da tartaruga para a defesa do mau ambiente , além de disseminar o horror visual que é a botação de ovo glégous por meio de cloacas devidamente protegidas.
BARANGAS – Preservar as Barangas, dando-lhes trabalho remunerado e concentrando-as em mini-séries como Cinquentinha, da Globo, é medida ultra-moderna para que as próprias não invadam as salas luxuosas dos executivos e joguem na cara as barbaridades que cometeram há cem anos, quando as atuais Barangas eram consideradas pitéus. Regar a plantação de Barangas com a presença de pré-adolescentes com pretensão ao estrelato, e provocar cataclismas estomacais com cenas de lesbianismo entre esqueletos celulíticos, será de bom proveito para os emergentes que quiserem brilhar no cosmo da devastação do meio ambiente mental. O modelo será o sovaco da Suzana Vieira, considerado sensacional, e o rodopio sexy da carcaça da Xuxa nos intervalos comerciais.
GEOPOLÍTICA - A meta é fazer com que haja neve no deserto e tempestades de areia impulsionadas por tornados extra-plus gerenciais nas serras aprazíveis. É preciso desmistificar as idiossincrasias geográficas e fazer com que todo mundo se exploda no planeta, que todos sabem que rima com o quê. Assim, tomando na tarrasqueta a humanidade vai bater maceta dançando ao som da retreta, sem falar no palavrão que será dito toda vez que alguém falar em monitoramento das reduções de emissões. É como diz Caetano: Eeeeta. Eta eta etaaaa...
ANTÁRTICA - Como todo o gelo do pólo sul será devorado pela permanência do paradigma da primeira revolução industrial, que ainda domina o mundo, apesar da conversa fiada da Microsoft, haverá chances de povoamento naquela região. As atuais estações de observação serão demolidas e substituídas por fábricas de automóveis chineses, que começarão imediatamente a rodar por lá movidos a gasolina que será fabricada em destilarias locais, que aproveitarão o petróleo extraído das profundezas do ex-continente desaparecido sob toneladas de gelo. Será definido lugar especial de globalização bandida sob a batuta das grandes corporações e do Marco Aurélio Garcia, que todo ano aparecerá na janela do seu Iglu e fará top top top para quem estiver passando.
Pelo menos, alguma coisa que preste foi decidida na reunião,que consumiu bilhões de dólares para reunir centenas de panacas que ficam definindo metas para 2050. Se quisessem despoluir era só fechar as fábricas poluidoras e mandar todo mundo para casa. A pé, de trem elétrico ou de bicicleta. Não seria preciso ficar enchendo o saco com um encontro que não serviu para nada. Nem mesmo houve a presença de Berlusconi para que alguém pudesse jogar um sapataço nele e assim movimentar as turbinas da indignação, hoje tão confinadas a passeatas e comícios, ações obsoletas na atual fase da sociedade pós-pré-sal.
RETORNO - Imagem de hoje: a China já cumpriu todas as metas para acabar com o meio ambiente e assim salvar o planeta - tirei daqui.
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