Nei Duclós
Com os pés sujos de areia
Os joelhos gastos de uso
A pele antes do chuveiro
O cabelo, ombros, tudo
Dizer no meio do agarro
Que gostas do corpo alheio
Liberto de outros dengos
Barro com lã te desenha
Esperar que recomponhas
O gesto no tempo feio
A beldade que se entrega
Sabe o estrago que arrebenta
Sair depois a passeio
Cumprimentar os passantes
Com a cara de tratantes
Amor que dispensa espelho
Olhar o mar visitante
Aonde brota a lua cheia
Tomar o último banho
A convite das sereias
Dormir então de olho aceso
Alerta aos movimentos
Se acordas estou atento
Não perco nenhum momento
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