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26 de agosto de 2019

ÚLTIMO BANHO

Nei Duclós


Com os pés sujos de areia
Os joelhos gastos de uso
A pele antes do chuveiro
O cabelo, ombros, tudo

Dizer no meio do agarro
Que gostas do corpo alheio
Liberto de outros dengos
Barro com lã te desenha

Esperar que recomponhas
O gesto no tempo feio
A beldade que se entrega
Sabe o estrago que arrebenta

Sair depois a passeio
Cumprimentar os passantes
Com a cara de tratantes
Amor que dispensa espelho

Olhar o mar visitante
Aonde brota a lua cheia
Tomar o último banho
A convite das sereias

Dormir então de olho aceso
Alerta aos movimentos
Se acordas estou atento
Não perco nenhum momento


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