6 de novembro de 2018

VESÚVIO

Nei Duclós


Falo nos bares que ainda abrem como a flor projetada no ar pelas bombas que erram o alvo e pipocam na agua que o sal corrói

Os bêbados escutam o estrondo provocado pelo último poema que quebra os copos em queda de pratrleiras feitas com madeiras de lei

As orquídeas depositadas nos ombros dos heróis se refazem da longa marcha no deserto
e só um clarim tem permissão de acompanhar a palavra arrancada de corpos moços de um exército mudo a cruzar o pântano
Silenciosamente como um franco atirador na borda do Vesúvio


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