20 de novembro de 2018

RESERVAS

Nei Duclós


Guardo o momento longe do presente
Preservo o fruto que ele adoça isento
Para que ouça seu próprio recomeço
E não se perca no parco latifúndio
Da ambição que reduz tudo ao caroço

Carrego-o por um tempo, depois dispenso
Para dar lugar a outro laço do alvoroço

O mundo fica assim mais denso
daquilo que vivemos, mas sem tropeço

Rodeados de vivências libertas
Estaremos sempre prontos, corpos carentes do que virá
Apetite por mais amor, ou suas reservas



Nenhum comentário:

Postar um comentário