A abertura visual, com os créditos, da série Mad Men
incorpora a mesma sequência de imagens do início de Vertigo, de Hitchcock. É a
queda, a derrocada, o mergulho sobre o abismo.
O gênio da criação publicitária, ao atingir o topo do
sucesso, perde familia, amores, carreira, clientes. Os executivos rodam
sucessivamente para baixo enquanto as agências os enganam com falsas promoções.
"Mais um cargo desses e vamos atender telefones", diz um deles.
Os clientes também experimentam a derrocada. Mudanças
radicais dos anos 60 deixam desarvorada a velha geração, que vê seus herdeiros
perderem o que foi acumulado.
Tudo se dirige para o ralo. O sucesso leva ao fracasso. Cada
fase da queda é pontuada por filmes famosos, desde It's a wonderfull life, de
Capra, a Godzilla, dos filmes românticos aos documentários políticos, do filme
noir aos dramas familiares.
Uma narrativa primorosa, uma obra prima. Sem tiros, nem
perseguição de automóveis, com detalhes sutis desmascarando os comportamentos e
diálogos brilhantes e precisos, sem pretensão nem artificialismo.
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