Nei Duclós
Lancei ao rio o resto das palavras
O pavio da margem iluminou o desapego
Foi-se o poema criar-se em outras plagas
Fiquei só nas águas
que se recusaram ao batismo
Abdiquei da vaga garantida na corrente
Observo os remos manipulados pelo dia
Alguém me pergunta aos gritos
Cadê os frutos de tua antiga obra?
Agora são sementes, respondo, estão viajando
No bico das cegonhas do tempo em fraldas
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