Nei Duclós
Não tem importância. A vida
é uma extensão do barro
Depois de alguns anos
o plano da memória se borra
A lembrança é um leve roçar
de velas. Tudo se esgarça
no rodízio tardio da refrega
A escuridão é uma criança
Sobreviver é a defasagem
entre a gruta e a oficina
Da origem tiramos o sustento
do trabalho a dura fantasia
Ficar para semente adianta?
Virar testemunha do presente
carregando o fardo aleatório
rumo do caos na carta branca
Pago o tributo da confiança
depositada em mim pelo Tempo
conto o que não vejo, saio
toda vez que a dor convence
Nenhum comentário:
Postar um comentário