Nei Duclós
Tudo ganhei da viagem, peregrina
Estes ossos, que sustentam a argila
Esta areia, que me mantém suspenso
Esta roupa, que reinventa o pouso
Tudo gastei na andança, prometida
Esta aliança, que extraí da Lua
esta força, vento sobre as dunas
este sopro, víbora na colheita
Tudo compus sem esboço, confidente
Este rosto, que ofereço límpido
esta boca, que adivinhou teu corpo
esta folha, com vocação de espinho
Tudo contém o máximo, esperança
Este dia, coração sem fôlego
esta noite, estrelas sem retorno
este preço, que pago com a vida
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