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10 de novembro de 2011
CELEIRO
Nei Duclós
Debochas, pelo trigo em excesso
verso diário no celeiro de delírio
tesouro de um antigo e quase cego
que liberta teu gozo reprimido
Palavras duras brotam do teu riso
pois agora dispões de um latifúndio
podes curtir o prazer enquanto morro
cumprindo pena capital do amargo exílio
Não sabes que isso seca em pouco tempo
quando o inverno chegar em tarde triste
e ficarás nua na ressaca dos teus hábitos
Isso sempre acontece com as beldades
ingratas por toda a primavera
e mendigas na primeira tempestade
RETORNO - Imagem desta edição: obra de William Bouguereau.
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