18 de novembro de 2023

UTOPIA

 Nei Duclós 


De tudo me afastei, filho da tempestade

Obedeci a lei de quem criou o mundo

Varreu-me o vento fora da cidade

Em frente ao mar soltei minhas amarras


Não fui eu quem compôs as profecias

Nem guardei os textos em antigos jarros

Nas grutas do deserto por pastores de cabras 


Mas soube desde sempre ser predestinado

A esquecer o mundo perdido na utopia

Para repor a palavra da grave humanidade 

A mesma que acordou antes que fosse tarde


Sou o sujeito sem História 

Meu alimento é o grão e a pura água 

Escute se quiser, ainda há margem

Traga um coração, que está fazendo falta


Nei Duclós

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