Nei Duclós
A palavra é meu brinquedo
Chocalho ainda no berço
Trem andando no tapete
Futebol entre paredes
A palavra é meu coelho
Cartola em circo mambembe
Gibi trocado em cinema
Revólver que mete medo
A palavra fica à margem
No caderno de poemas
Posso inventar as paisagens
Falsa história de mim mesmo
A palavra impressiona
Parece real e ter peso
Mas basta um gesto mais tenso
Para sumir para sempre
Fica um verso, um soneto
No ar como pluma ao vento
Para gerar nova gênese
Feita por Deus, que é poeta
Nei Duclós
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