Nei Duclós
Objetos são exigentes
Estão sempre a pedir limpeza
São desobedientes
Feitos de materiais imprestáveis
Sobra de lixos industriais
Com btilharecos na aparência
A exibir-se em lojas caras
Os sapatos que não entram
A roupa virada do avesso
Facas que não cortam
Tesouras cegas
Furos no encanamento
Telhas soltas
Sótãos sinistros
Porões antidiluvianos
Portas que ringem
Fechaduras que
enferrujam
Ferramentas que emperram
Badulaques que despencam
E esses móveis que combinam a derrocada
Com o Tempo
Objetos atormentam
Quem insiste em ser sujeito
No mundo impessoal e obsoleto
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