Nei Duclós
Inventei o amor porque era necessário
Senti falta no depósito de futuros
Precisei providenciar o novo embrulho
Que combina o ser com desperdício
Pois tudo se acumula, montes de lixo
Réstias de gestos sem aprumo
Para serem guardados com valores explícitos
Menos o sentimento, que não dá lucro
E se esgarça como pelo de cão em grama seca
Senti falta do amor, que não existia
Quando te vi pela primeira vez num crepúsculo
Falei para o sol, que se ia,
e para a lua, ainda tímida:
A criação perdeu agora
sua vocação de vazio
Os pássaros confirmam
Essa novidade cevada em jardim
Com seus voos, ninhos e peso pluma
Aproximam teu corpo dos meus olhos
renascidos
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