Nei Duclós
Os dias não servem para nada
Nem as noites, ou as madrugadas
O tempo é inútil, lixo dos minutos
Como viver nos intervalos do nada?
Não é de hoje essa parada
Esse carro alegórico de crepom e pompa
Sopro na banda o clarim e a flauta
Casaco azul de botões dourados
Volto exausto, a perna bamba
Chapéu de general embaixo do braço
Assobio em fila, no ritmo do passo
As pessoas assistem o final do feriado
A noite se aproxima dos bancos da praça
Só a memória, amor que já vai longe
Consegue redimir a vida que se esgarça
Piso no portal quando chego em casa
Minha mãe vem receber o filho que lhe abraça
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