Nei Duclós
O balanço do dia é feito em segredo
Agulhas riscam o papel de seda
Inventário de azulejos, frias letras
E um tambor que bate no ermo
Perdi tempo, é a verdade evidente
As mãos não obedecem a sequência
E tudo se perde, junto com o sentido
Há pilhas de papéis e discos quebrados
Um começo de inverno, um jardim suspenso
A hera não medra no muro de arrimo
Empilho o tijolo dos desafetos
Estaríamos livres não fosse esse medo
Impossivel viver quando a vida é um crime
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