8 de maio de 2017

O ANTIGO E O NOVO



Nei Duclós

Funciona por um tempo a ruptura do verbo
a sacada irresistível,,a estocada de mestre
deixando para trás a flor e outros perfumes
o verso ritmado, as metáforas do Parnaso

É bom para o carisma, demolir os mitos
há muito conforto nos idos da linguagem
a ideia é fazer tiro e pólvora da sílaba
detonar a palavra, remar contra a rima

O paradoxo é que tudo isso gera alívio
de ser mais puro, autêntico e sem culpa
cai-se na mesma: pertencer a algo amável
mesmo com espinhos, há sonho no conflito

Passados os anos vemos quanta bobagem
há nessa divisão entre o antigo e o novo
pois o que é vivo tem sempre um desfecho
enquanto a morte é a única eternidade


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