Nei Duclós
És meu estilo. Te escrevo para ter
um rosto.
Chegas de surpresa com teu perfil de desenho. Rosto que
agora conheço, viagem pelo começo.
Estagnamos neste jogo de espelhos. O
sonho evaporou-se com o tempo. Hora de voltar à rua, onde nos debatemos.
Fui reprovado na recuperação. Cometi
o mesmo erro na prova final. Já não há mais perdão. O que faço com o amor que
passou de ano com distinção?
De vez em quando me respondes.
Depois voltas ao grão oculto do teu sonho.
Você são várias. Curto todas.
A simplicidade e a palavra direta
são atos de coragem diante da proposital confusão das poses.
Minha ausência forjou tua versão de
abandono. Impossível convencer-te do contrário. Que saí de cena por estar
escrito nas estrelas. Refugiei-me na constelação que te escolheu como destino e
isso leva tempo
Fiquei maior depois que disseste sim para o meu sonho. Por
isso me aproximo do teu ombro.
Corpo que não atinjo, prazer que não corresponde. Uma hora
tropeças no poema mais torto.
Não falo amor porque a ´lã está gasta. Mas o cobertor ainda
esquenta, cheia de graça.
Minha arte é ser o que não violenta. Uma espécie de
passaporte para fora das planícies de chumbo.
Chegue no fogo que acendi por descuido. Queria emitir
mensagens para Netuno, mas só consegui que viesses junto.
Aceite o que desejo, desde que não fira teu sonho. Sintonize
a luz de um coração sem neblina.
Não pense que invado quando apenas aceno. Passo de navio
pelo cais do teu sorriso.
Afinidades não são coincidências. São truques que te armaram
no jogo da sedução. Atente à casualidade das identificações. Falsa, mas nem
sempre malvada. É preciso achar uma brecha no teu áspero coração.
Desvencilhe-se. Dispa-se do que te define para que sejas
mínima, porção intensa do teu destino.
Não sei se devia, mas já está feito. Pense o que quiser, sem
defeitos.
- Chegou dez minutos atrasado para a entrevista, disse o
escritor da moda.
- Foi o tempo que perdi lendo teus livros, disse o velho
repórter.
Fiquei maior depois que disseste sim para o meu sonho. Por
isso me aproximo do teu ombro.
Corpo que não atinjo, prazer que não corresponde. Uma hora
tropeças no poema mais torto.
Não falo amor porque a ´lã está gasta. Mas o cobertor ainda
esquenta, cheia de graça.
Minha arte é ser o que não violenta. Uma espécie de
passaporte para fora das planícies de chumbo.
Chegue no fogo que acendi por descuido. Queria emitir
mensagens para Netuno, mas só consegui que viesses junto.
Aceite o que desejo, desde que não fira teu sonho. Sintonize
a luz de um coração sem neblina.
Não pense que invado quando apenas aceno. Passo de navio
pelo cais do teu sorriso.
Chegas de surpresa com teu perfil de desenho. Rosto que
agora conheço, viagem pelo começo.
Afinidades não são coincidências. São truques que te armaram
no jogo da sedução. Atente à casualidade das identificações. Falsa, mas nem
sempre malvada. É preciso achar uma brecha no teu áspero coração.
Desvencilhe-se. Dispa-se do que te define para que sejas
mínima, porção intensa do teu destino.
ELA, ELE
- Foi sem querer, o verso não era para ti, disse ele.
- Tarde demais, disse ela.
- Eras melhor quando moço, disse
ela.
- Como podes saber, flor recente? disse o veterano.
- Como podes saber, flor recente? disse o veterano.
RETORNO - Imagem: foto de Marga Cendón.