Nei Duclós
Me escondo para poder assustá-la
quando aparecer no baile de gala
tocando banjo no fundo da orquestra,
ogro sem fala, gole de espera.
Para te pegar trocando as pernas
tango sem rosto, íntima valsa
Para fugir de ti, sendo a mais bela
glória do gênero, que não mereço
Me escondo para te dizer na lua
versos escuros de um poeta sem preço
para que me percas fazendo barulho
Estarei presente quando puseres o cetro
reina que é hora, flor que me encanta
Sou teu doce espanto, bruto e medonho
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Camille Claudel.