5 de maio de 2014

ÚLTIMO SONHO



Nei Duclós

Me escondo para poder assustá-la
quando aparecer no baile de gala
tocando banjo no fundo da orquestra,
ogro sem fala, gole de espera.

Para te pegar trocando as pernas
tango sem rosto, íntima valsa
Para fugir de ti, sendo a mais bela
glória do gênero, que não mereço

Me escondo para te dizer na lua
versos escuros de um poeta sem preço
para que me percas fazendo barulho

Estarei presente quando puseres o cetro
reina que é hora, flor que me encanta
Sou teu doce espanto, bruto e medonho


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Camille Claudel.