19 de novembro de 2013

EXAUSTO DE MAR



Nei Duclós

Sou este navio que chega tarde
exausto de mar, de velas roídas
casco à deriva em praia vazia
surpresas gaivotas me anunciam

Todos vieram me ver, menos tu
partiste cedo, quando havia vento
em outra nau para todo o sempre
sem ler os avisos, Morse do remorso  

Não confiaste nos sinais, havia neblina
imaginaste mais tortura na inútil espera
do marinheiro que foi fazer fortuna

Sem rumo, acabei deixando em terra
o ouro mais raro, o amor do qual fugi
volto porque te deixei, náufrago de ti