Nei Duclós
Sou este navio que chega tarde
exausto de mar, de velas roídas
casco à deriva em praia vazia
surpresas gaivotas me anunciam
Todos vieram me ver, menos tu
partiste cedo, quando havia vento
em outra nau para todo o sempre
sem ler os avisos, Morse do remorso
Não confiaste nos sinais, havia neblina
imaginaste mais tortura na inútil espera
do marinheiro que foi fazer fortuna
Sem rumo, acabei deixando em terra
o ouro mais raro, o amor do qual fugi
volto porque te deixei, náufrago de ti