19 de fevereiro de 2012

EXTREMA


Nei Duclós

Palavra pede poema, fuga da incerteza
quer um lugar na mesa onde me entrego
pão entre convivas, os verbos e teu beijo
acostumados aos hábitos da paixão

Seja qualquer verso, atirado a esmo
no chão que me sustenta e não dão valor
ode, elegia, soneto, rima livre ou presa
importa que se diga, e toque o coração

Palavra é como teu rosto, lençol de seda
que roça em mim no momento de pavor
quando dou perdida a vida sobre a terra

É quando escuto tua voz, mulher extrema
que agarro com a violência da delicadeza
cintura de princesa, mordida de leão


RETORNO – Imagem desta edição: Jacqueline Bisset.

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