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4 de fevereiro de 2012
TRAÇO
Nei Duclós
Uma floresta se insurge e estende as ramas por toda a cama no momento em que existe o esplendor da trama por muito tempo tecida.
Sou traço quando somes da minha tela.
Leia-me. Não me refiro às palavras.
Queria achar o ponto onde o choque prazeroso assina o toque. Mas estavas ocupada. Eu também só estou de passagem.
Me chama para um canto e depois desconversa. Até quando? pergunta o eterno aspirante.
Fala comigo em segredo na pré-estréia do beijo.
Pensei em ti, mas é segredo. Não conte para ninguém. Faz de conta que não imaginei umas coisas.
Disse para ti, não reages. Assim vou fugir.
Crescente é como adolescente que fez o corte errado do cabelo. Se esconde para não verem o estrago do brilho pela metade. Mas em dois toques, está a pleno.
O céu limpou e a Lua deu as caras. Apareceste? perguntei, meio de lado. Ela me mandou uns meteoros, só pelo desaforo.
Tudo passou. Mas ainda temos a Lua.
Quem te beija entrou na minha lista. Melhor providenciar o exílio
Não vou fazer silêncio. Vou bater o bumbo
Perdi a vontade de tudo. Me recolhi ao poema e palmilhei cada letra como num passeio. No fim, era apenas um solfejo de pássaros ariscos
Boa noite, Lua, que está atrás da nuvem. Lembra de nós?
Já soei a trombeta. Nada de Apocalipse? perguntou o anjo. A lista de patrocinadores é gigantesca, disse o Senhor.
Olho grande deveria ser punido com solitária.
Não interessa tua rotina, planos, vitórias, vida. Só a palavra que usas interessa
RETORNO – Imagem desta edição: The Blue Veil, obra de Edmund Charles Tarbell.
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