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11 de outubro de 2011
PÓRTICO
Nei Duclós
Sinto falta de ti, musa do mal
que marcou o coração a ferro
Caio no porão da catedral
empurrão de anjo de trombeta
Sentimento em fase terminal
comete suicídio mas não berra
pinta o pórtico de cal
repele falsidade de profeta
Peço audiência ao maioral
tenho um recado das Aleutas
vim numa nave de metal
pouso na praça repleta
Encerro as chances do sinal
que trazes grudado na testa
Lavo com sangue e sal
os perigos que me cercam
Livre assim desse ritual
derroto a Hidra da Lerna
basta seres a vestal
que me brindam na colheita
Ganho a batalha campal
desato o inútil aperto
levo na garupa a serviçal
do amor que me completa
RETORNO - Imagem desta edição: Rapto das Sabinas, de Rubens.
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