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12 de outubro de 2011
INDÚSTRIA FINANCEIRA, O VERDADEIRO INIMIGO
Nei Duclós
Com a ajuda da Rede Globo e do governo, a indústria financeira quer endividar todos os microempreendedores do Brasil. Já fizeram isso com os idosos. Lembram das propagandas para velho tirar empréstimo? Eu lembro. A idéia é tirar os microempreendedores da informalidade para jogá-los na inadimplência via credito facilitado impagável. O truque foi desmascarado na crise de 2008: gerar pacotes de créditos podres e especular como se fossem receita.
É assim que a indústria financeira faz: por meio da facilidade da expansão artificial dos meios de pagamento acaba prendendo todos na soga. Trata-se de uma chantagem, pois o objetivo é contaminar a economia real com a economia artificial especulativa,transformando a real em refém. Ao provocar a bancarrota geral com suas armadilhas, a especulação ameaça levar junto todo o sistema financeiro e os recursos da nação.
A partir daí então opera-se os salvamentos em rodízio (é a vez da Grécia, depois Portugal ou Italia, tanto faz), em que aumenta-se o endividamento e corta-se benefícios para que não haja obstáculos ao lucro. O esquema é garantido por uma vasta rede de apoio que inclui governos, universidades e midia, que também fica na mão da indústria financeira. O importante são os cargos federais da economia, como ministérios e bancos centrais (e até presidentes da República) e as lideranças nas instituições internacionais como o FMI. Essa rede multinacional impera.
O truque mais eficiente é convencer a opinião pública de que o esquema não existe e tudo é culpa das sociedades que gastam demais. Qualquer análise que contrarie esse cânone é chamada de teoria da conspiração. Mas foram longe demais e depois de tungarem em trilhões os cofres públicos das nações a indústria financeira volta a ameaçar. É por isso que surge um movimento de massa, apartidária e sem ideologias de esquerda ou direita para peitar poderes da indústria financeira
O sistema globalizado é uma rede de expropriação de recursos de populações inteiras, que perderam suas moedas nacionais e a auto-determinação. Chama-se ditadura e usa laranjas de qualquer ideologia para imperar. Não importa quem ocupa o Planalto, quem manda são eles. Com o fim das economias nacionais, perdeu-se a pista dos envididamentos, que hoje é um bolo só de recursos subservientes ao esquema. É por isso que "emprestamos" ao FMI, “zeramos” a dívida (que está quase dois trilhões, somando as dividas interna e externa) e fingimos socorrer países ricos. Somos apenas um dos guardiões da grana especulativa que roda o mundo e que não pertence ao país.
Com a pressão popular, governos e mídia começam a esboçar uma mudança de posição, mas estão envolvidos demais com a falcatrua. Atual estágio de revelação põe por terra a pseudoelegância de analistas econômicos tradicionais coniventes, de lápis na mão e rugas na testa. Como a economia é uma ciência humana complicada, estabeleceu-se o cânone da pose em oposição à obviedade do bom senso. Sabichões imperam. Não devemos temer o deboche de quem se acha especialista e vem pontificar suas arengas que há tempos fizeram água. Perderam, calem-se.
Um adendo importante: transformar todas as terras aráveis em território de insumos para a especulação é o maior crime ecológico da História. Chamam de sustenbilidade, ou seja, produzem “alimentos” com políticas de subsídios e falsidades ambientais.
RETORNO - Imagem desta edição: mobs em ação. Tirei daqui.
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