1 de dezembro de 2010

CÚPULA


Nei Duclós

Estar morto deve ser isso
Teu corpo não mais te pertence
Ele existe, remoto
Onde a lua pluga o deserto

Os dedos do pé, absortos
Funcionam como um incêndio
Que vês de longe
Na abóbada de um conceito

Lá moras, nessa cúpula do angelus
Rodeado de pombas virtuais
E sons na fila do poema

Queres voltar, maroto, mas ninguém
Consegue romper o vilipêndio
Esse esdrúxulo estar além de toda dor


RETORNO - Imagem desta edição: cúpula da Basílica de São Pedro

Nenhum comentário:

Postar um comentário