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24 de novembro de 2010
BRAÇO DE MAR
Nei Duclós
O mar é sempre maior
e o luar lhe faz a corte
não há medida do homem
entre a praia e o horizonte
O mar já veio antes
da onda inventar o tempo
É ele quem trai o porto
e acende o pavio da bomba
que puxa a noite do poço
e corta os pulsos da sombra
E mesmo no sol, o mar transa
seu jogo de conveniências
suas algas postas de molho
sua escultura sem cabeça
O mar é sempre o começo
RETORNO - Do livro No mar, veremos. São Paulo, Editora Globo, 2001
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