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4 de abril de 2010
AGITAÇÃO NO TWITTER
Dediquei o feriadão de Páscoa para assestar baterias contra a cara de pau da ditadura brasileira que forja mais uma eleição geral fajuta para reiterar o mesmo e continuar ungindo os de sempre na partilha do butim, o dinheiro público arrancado da população por meio do mais escorchante sistema de impostos do mundo. Foi produtivo: em três dias conquistei mais 26 seguidores, sensibilizados pelas frases até 140 toques disparados por mim em vários momentos do dia. Não se deve dar trégua para essa canalha. A seguir, uma seleção dos mísseis disparados a esmo:
CAMPANHA ELEITORAL E DITADURA
Vamos combinar o seguinte: elimine-se os termos petralha e neoliberal para reduzir a um décimo o volume do debate político
A sucessão de projetos furados, promessas vãs e acusações mútuas é o mais grave sintoma do pacto sinistro que nos governa em rodízio
Tomar partido por qualquer um dos lados do atual sistema bipolar é assinar a própria condenação política
É preciso que as pessoas acreditem que estamos numa democracia para que os maganos de sempre saiam com as mãos carregadas de ouro
Censurar blogs é a covardia atual do regime de cartas marcadas, onde a bandidagem disputa mais uma temporada de assalto ao butim
Jornalistas que não dizem com todas as letras a cumbuca onde todos metemos a mão não merecem exercer a profissão
Um regime que não suporta o jornalismo, tentando enquadrá-lo ou censurá-lo por meios "legais", não passa de ditadura rastaquera
Uma boa biografia jornalística pode valer mais de um milhão de reais por ano. Mientras tanto, a profissão vai para o brejo
Jornalistas de renome que usam seus portais para fazer campanha eleitoral no atual sistema de tirania são vendedores de biografias
Os institutos de pesquisa substituem o processo eleitoral. Impõem resultados previamente para manipular o voto útil (de cabresto)
Campanha eleitoral gera emprego de segurador de bandeira e distribuidor de panfleto. Quem gritar urrú para o palanque ganha extra
O único candidato que existe é o photoshop
O que mais irrita é fingir que a campanha eleitoral serve para a produção de pensamento, quando tudo não passa de conversa
Candidato que falar em saúde e educação, quando já estamos fartos de saber como funciona o esquema, leva cascudo
Levar a sério a campanha eleitoral é como se perfilar diante de um camelo
Acabou o sossego A campanha eleitoral pegou firme no twitter. Só falta agora a turma dos beijos no coração
São sempre os mesmos, que ocupam cargos com maior ou menor visibilidade. É porque a ditadura é sempre a mesma
Hoje é moda achar que o Brasil sempre foi assim "desde que o mundo é mundo" Velho truque: transformar o Mal implantado em algo "natural"
Hoje é moda desprezar o Brasil, mas o que existe é essa nação desconstruída pela ditadura, que acabou com a confiança no país
Nos anos 60, líderes secundaristas subiam no caixote e faziam discursos citando Aristóteles para uma massa atenta. Já fomos melhores
Destruiram a excelência da nossa educação, que formou os gênios do Brasil, para gerar zumbis que admiram ex-BBBs
Estudei frances, inglês, latim e música aos 11 anos de idade, no ginásio. Tínhamos educação de qualidade, sucateada a partir de 1964
Eudcação em país de política econômica soberana está voltada para a formação escolar plena e não para gerar balconistas do McDonalds
Levantar a bandeira da educção sem a contrapartida de uma política econômica soberana é tapar o sol com a peneira
Num país soberano, a política econômica está voltada para o povo, não para meia dúzia ou para estrangeiros E a educação, para a cidadania
Educação não tem poder nenhum quando a política econômica é de entrega da soberania Num país vendido, forma-se para o "mercado"
Não se trata de praticar a virgindade política. Isso não existe: somos sobreviventes Mas enxergar claro para destruir a rede d e ilusões
A hora é da verdade Quem comercia com fatos depois de inventá-los precisa ser desmascarado
A credibilidade emigrou da pose dos chamados grandes comunicadores para a mídia autoral sincera disseminada pela rede
As pessoas de bem devem dedicar este ano eleitoral para criar uma barragem de indignação efetiva contra o avanço da ditadura
Criticar é fruto da percepção e da análise, não pessimismo barato contra o "lado positivo" da vida. É o primeiro passo para a ação efetiva
Celebridades jornalisticas envolvidas na campanha eleitoral: virem essas biografias para lá, que elas não valem mais nada
Propostivos: Erradicação de todos os envolvidos em falcatruas, recuperação do patrimônio nacional, a volta do ensino de qualidade
Vamos ser propostivos: peso identico do voto nas capitais e grotões, resgate do sistema ferroviário, fim da remuneração criminosa dos juros
MISCILÂNEA
Hoje o Brasil falsifica bebida para o Paraguai revender
Beber não é problema. O que pega é pagar caro o metanol com rótulo de vodka
A natureza não existe. O que existe é cultura e comportamento Ninguém brota como um cogumelo
Nutrientes é uma palavra que empresta rigor a matérias frescas E insumo é a máscara noticiosa da matéria paga
Feriadão é aquele periodo de lazer em que as famílias saem de casa para morrer nas estradas
Ninguém é socialmente responsável num país que tem favelas e políticos visitando favelas em época eleitoral
A vida adulta foi erradicada do imaginário nacional O que temos é adolescente xingando pai em novela das nove
Filme brasileiro cacifado por dinheiro público não leva cinco minutos para alguém começar a tirar a roupa. Olhaeuaquitransando é cool
Aeronave, óbito, viatura: o jornalismo está assumindo a linguagem dos escrivães
O noticiário da TV é aquele que transmite reportagens de segundos e publicidade de várias horas
O que é pior: o robô que não sente dor, os cretinos do cervejão, a promoção sem juros com juro embutido ou o iogurte que vai aos pés?
O noticiário da Páscoa é o mesmo do ano passado: a culpa é dos motoristas, os fiéis esfolam os joelhos e a paixão usa capuz medieval
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Ricky Bols em fotos, aquarela e photoshop.
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