O cartão acima foi escolhido o melhor deste Natal. Enviado por Daniel e Carla Duclós, de Amsterdam.
Quero agradecer a todos que me enviaram, por e-mail ou pelo Orkut, as mensagens de Boas Festas. O Natal é uma data importante. Ainda existem arvores bem decoradas, sapatinhos embaixo delas e presentes. E há a expectativa da ceia, da confraternização, das emoções. Mas passa rápido. Daqui a pouco já é dia 26, depois Ano Novo e pronto, estamos em 2009.
Foram assim os sucessivos anos em que nos metemos a viver nesta terra. Convocados pelo Mistério, estamos aqui, juntos, no mesmo lugar, querendo escapar dos pepinos, tentando ser maiores do que os conflitos, procurando de qualquer maneira habitar o espírito seco de tanta indiferença. Mas agora não é hora de escrever nada. Este ano escrevi demais. Chega a dar um fartão. Por que tanta palavra, meu Deus? Porque essa é a vocação, este é o tempo e sua urgência e esta é a oportunidade de dizermos alguma coisa.
Pois vamos continuar dizendo. Enquanto isso for possível e houver esperança. Feliz Natal, e que nossa amizade, fortalecida pela escrita e a leitura, continue firme.
BATE O BUMBO - 1. Dois estudantes de Geografia do II Grau fizeram um video e colocaram no You tube. É baseado no texto meu publicado aqui no Diário da Fonte, São Paulo, Cidade Eterna. Vejam.
2. No Portal Cronopios, um balanço das principais leituras deste ano. Minha contribuição foi a seguinte: "A Trilogia de Máximo Górky, da Cosac Naify, esteve comigo por alguns meses este ano. Infância, Ganhando meu pão e Minhas universidades fazem parte de uma antologia universal da melhor literatura. O impacto da leitura me resgatou o prazer de ter um livro nas mãos, a vontade de não deixá-lo de lado, não apenas pela maestria da linguagem, ou pela curiosidade despertada pela intensa narrativa (uma sucessão de eventos extraordinários da Rússia czarista), mas principalmente porque Górky revisitado recupera para nós a importância da obra literária, longe das modinhas, firulas, esvaziamentos, poses. Górky é a vocação legítima do escritor, algo que precisa estar bem determinado entre nós, pois é muito comum no Brasil e na nossa época a falsidade ser entronizada pela reiteração do mesmo, sepultando não apenas a diversidade, mas a própria literatura. Escrita antes da revolução de 1917, a trilogia de Górki nada tem a ver com o realismo socialista, arapuca em que o autor foi enredado anos mais tarde. Os textos mantém a atualidade, o frescor, o brilho e a contundência originais, como se tivessem sido escritos hoje de manhã.
Outro autor que destaco é Rubens Jardim, o poeta que lança seu primeiro livro em 30 anos. Membro importante do movimento Catequese Poética dos anos 60, Jardim transcende suas origens e no extraordinário "Cantares da Paixão" busca no caos primordial da palavra (lá onde as falas impositivas não apitam) a força que falta à poesia brasileira.
Nei Duclós é escritor."
BATE O BUMBO - 1. Dois estudantes de Geografia do II Grau fizeram um video e colocaram no You tube. É baseado no texto meu publicado aqui no Diário da Fonte, São Paulo, Cidade Eterna. Vejam.
2. No Portal Cronopios, um balanço das principais leituras deste ano. Minha contribuição foi a seguinte: "A Trilogia de Máximo Górky, da Cosac Naify, esteve comigo por alguns meses este ano. Infância, Ganhando meu pão e Minhas universidades fazem parte de uma antologia universal da melhor literatura. O impacto da leitura me resgatou o prazer de ter um livro nas mãos, a vontade de não deixá-lo de lado, não apenas pela maestria da linguagem, ou pela curiosidade despertada pela intensa narrativa (uma sucessão de eventos extraordinários da Rússia czarista), mas principalmente porque Górky revisitado recupera para nós a importância da obra literária, longe das modinhas, firulas, esvaziamentos, poses. Górky é a vocação legítima do escritor, algo que precisa estar bem determinado entre nós, pois é muito comum no Brasil e na nossa época a falsidade ser entronizada pela reiteração do mesmo, sepultando não apenas a diversidade, mas a própria literatura. Escrita antes da revolução de 1917, a trilogia de Górki nada tem a ver com o realismo socialista, arapuca em que o autor foi enredado anos mais tarde. Os textos mantém a atualidade, o frescor, o brilho e a contundência originais, como se tivessem sido escritos hoje de manhã.
Outro autor que destaco é Rubens Jardim, o poeta que lança seu primeiro livro em 30 anos. Membro importante do movimento Catequese Poética dos anos 60, Jardim transcende suas origens e no extraordinário "Cantares da Paixão" busca no caos primordial da palavra (lá onde as falas impositivas não apitam) a força que falta à poesia brasileira.
Nei Duclós é escritor."
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