2 de novembro de 2008

CULTURA, RECEITA CONTRA O MICO


Tenho sorte de receber e-mails cheios de boas notícias. A principal delas é sobre a publicação, no site da revista Sagarana, do Oitavo Seminário sobre literatura em língua italiana, promovido pelo escritor Julio Monteiro Martins. É um banho de informação e cultura. É preciso ler, num italiano fluente e bem dito/escrito, e portanto fácil de entender, o debate sobre os milhares de escritores que chegam na Europa de todas as partes do mundo e se engajam na militância literária nas línguas dos países que adotaram, como aconteceu com o próprio Julio, importante escritor brasileiro que publica hoje em italiano. Na foto do seminário, acima, uma das conferencistas, Silvia Bernardi, da Fondazione sulla storia della migrazione italiana Paolo Cresci.

O poeta Sidnei Schneider (*) e o escritor Christian David (que lançou dia 29 seu livro "O rei e o camaleão") me mandam notícias de suas atividades na Feira do Livro de Porto Alegre, que já está bombando a mil. No ano passado participei de quatro eventos - três mesas redondas e uma sessão de autógrafos. Neste ano, estou mais devagar, mas não faltarão novas oportunidades. No próximo dia 6, Tony Monti lança seu terceiro livro, Exato Acidente (os outros são O mentiroso, que ganhou prêmio Nascente da USP, e O menino da rosa, que eu resenhei aqui), na Livraria da Vila, depois das 18 horas, em São Paulo (outros autores estarão também autografando seus novos livros).

Cultura é a melhor receita contra o mico. Quando começo a fazer bobagens demais, me recolho num livro. Atualmente, passeio por intenso ensaio sobre poética dos séculos 19 e 20, onde aprendo um monte sobre coisas que exerço e não conheço direito, ou sobre coisas que li há tempos e esqueci, ou sobre aquilo que desconheço profundamente.

Vou elencar alguns micos recorrentes a que estamos acostumados a cair (pelo menos eu): fingir intimidade com quem não possuo; dizer barbaridades achando que está sendo engraçado; responder de modo malcriado mensagens generosas; pontificar sobre coisas que conheço superficialmente; esquecer de intervir na hora certa sobre assuntos que domino; manter-se imóvel quando deveria seguir em frente; avançar quando deveria ficar quieto; cobrar injustamente. Entre outros crimes e pecados.

Espero que os contemporâneos me perdoem e de vez em quando se lembrem de retomar contato. Pessoas excessivamente auto-centradas e que vivem querendo dizer alguma coisa sobre tudo são assim, cheias de tropeços. Mas, venceremos.

RETORNO - (*) Ontem, dia 1° de Novembro, aconteceu o evento sobre Gravura e Poesia, com 12 poetas e 12 artistas plásticos, com curadoria da artista plástica Anico Herskovits e do poeta Sidnei Schneider. Os poemas geraram gravuras, que serão sorteadas para o público visitante da exposição, mediante cupom a ser preenchido pelos interessados e depositado em urna. Os poetas são: Neli Germano, Jorge Rein, José Antônio Silva, Laurene Veras, Élvio Vargas, José Eduardo Degrazia, Telma Scherer, Alexandre Brito, Jaime Medeiros Jr., Liana Timm, José Weis e Sidnei Schneider. Os artistas plásticvos: Miriam Tolpolar, Arlete Santarosa, Marta Loguercio, Paulo Chimendes, Mabel Fontana, Rodrigo Pecci,Raquel Lima, Inoi Elizalde, Fernanda Soares, Jane Machado, Marcelo Monteiro e Anico Herskovits.

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