Existem vários e servem para definir a vidinha que se leva, “jogando conversa fora”. Alguns deles:
BEBERICAR – As pessoas não bebem, bebericam.É como dizia meu pai: tu não fuma, pita. Ou seja, não levam a sério o que fazem. Fingem que tomam todas. Exibem-se de copo na mão. Tem a ver com pilequinho, aquele barato de cuba-libre dos anos 50.
DORMITAR – Em frente à TV, exausto do vazio, você tenta cair no sono, mas como já dormiu bastante tentando fugir das mesmas coisas, então você não dorme, dormita. É como sono leve de sesta, interrompido a toda hora pela má consciência.
CURTIR – Você não vive, curte. A vida só vale se for curtida. Então você atira a cabeça para trás enquanto abre uma gargalhada muda, para fazer efeito diante das câmaras. Ninguém jamais esteve num curtume para ver como é bruta a curtição do couro, mas nem por isso se deixa de usar o verbinho corrosivo que mascara a vida besta.
PAPEAR - Como ninguém tem importância, você precisa de alguém para exercitar o traquejo do linguajar incessante, sem nenhum compromisso a não ser matar o tempo e passar em brancas nuvens neste universo estranho. Conversar é outra coisa. Debater, então, nem se fala. Mas papear, ah, a doce abobrinha da bestagem!
NUTRIR - Está na moda. Serve para consultoria em alimentos, para te encher o saco. Você não come, se nutre. Basta um copo de suco de acelga por dia, duas traíras secas com nozes no almoço, uma sopa de joão-de-barro à noite , e pronto, estás nutrido. Se você fizer alguma palestra, lá pelas tanta diga que algo nutre. Pega bem. Mas jamais defenda a nutrição por meio de uma picanha sangrando. Te prendem.
COIBIR – Coibir é deixar tudo como está. É um sinal de que as coisas vão ser resolvidas da maneira tradicional. É celebrar, fumando desbragadamente charutos Cohiba, a vitória de algum vandalismo contra os outros. Ou seja, toda vez que dizem que vão coibir alguma coisa, esteja certo: vai ser o maior fumacê. Pois não se proíbe mais, se coíbe. Não há punição, há coibição. Há gradações: coibir de primeira linha e de segunda linha, conforme o coturno do crime que deva ser falsamente reprimido.
RETORNO - Imagem de hoje: o charuto do trocadilho.
BEBERICAR – As pessoas não bebem, bebericam.É como dizia meu pai: tu não fuma, pita. Ou seja, não levam a sério o que fazem. Fingem que tomam todas. Exibem-se de copo na mão. Tem a ver com pilequinho, aquele barato de cuba-libre dos anos 50.
DORMITAR – Em frente à TV, exausto do vazio, você tenta cair no sono, mas como já dormiu bastante tentando fugir das mesmas coisas, então você não dorme, dormita. É como sono leve de sesta, interrompido a toda hora pela má consciência.
CURTIR – Você não vive, curte. A vida só vale se for curtida. Então você atira a cabeça para trás enquanto abre uma gargalhada muda, para fazer efeito diante das câmaras. Ninguém jamais esteve num curtume para ver como é bruta a curtição do couro, mas nem por isso se deixa de usar o verbinho corrosivo que mascara a vida besta.
PAPEAR - Como ninguém tem importância, você precisa de alguém para exercitar o traquejo do linguajar incessante, sem nenhum compromisso a não ser matar o tempo e passar em brancas nuvens neste universo estranho. Conversar é outra coisa. Debater, então, nem se fala. Mas papear, ah, a doce abobrinha da bestagem!
NUTRIR - Está na moda. Serve para consultoria em alimentos, para te encher o saco. Você não come, se nutre. Basta um copo de suco de acelga por dia, duas traíras secas com nozes no almoço, uma sopa de joão-de-barro à noite , e pronto, estás nutrido. Se você fizer alguma palestra, lá pelas tanta diga que algo nutre. Pega bem. Mas jamais defenda a nutrição por meio de uma picanha sangrando. Te prendem.
COIBIR – Coibir é deixar tudo como está. É um sinal de que as coisas vão ser resolvidas da maneira tradicional. É celebrar, fumando desbragadamente charutos Cohiba, a vitória de algum vandalismo contra os outros. Ou seja, toda vez que dizem que vão coibir alguma coisa, esteja certo: vai ser o maior fumacê. Pois não se proíbe mais, se coíbe. Não há punição, há coibição. Há gradações: coibir de primeira linha e de segunda linha, conforme o coturno do crime que deva ser falsamente reprimido.
RETORNO - Imagem de hoje: o charuto do trocadilho.
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