18 de julho de 2008

RITA LEE NA FRONTEIRA


No site de Rita Lee, a reportagem mais antiga que consta lá é de 1979. Só que dois anos antes, em 1977, publiquei enorme matéria sobre ela na revista Nova. Mais tarde, no início dos oitenta, fiz outra, para a IstoÉ (não tenho mais cópia, alguém tem?). Por um tempo fiquei invocado com a minha matéria da Nova, que reproduzo a seguir, pois tinha sido copidescada pela Fatima Ali, que expôs algumas coisas que achei firulas e cortou outras, que considerei fundamentais, como foi o trecho suprimido sobre a identificação entre São Paulo e Rita, detalhe que mais tarde Caetano Veloso matou a pau na canção Sampa. Ficou um registro, mas não da forma que tinha colocado, mais extensa.

Mas minha revolta foi passageira, durou apenas 30 anos. Agora me reconciliei com minha reportagem (apesar de usar tantas vezes a expressão "afinal") e coloco aqui no Diário da Fonte, já que várias pessoas tiveram a gentileza de postá-la, em blogs e no Orkut. Posso dizer que este meu texto é uma espécie de filho pródigo. Recupera minhas conversas com Rita, que chegou a fazer, quando a entrevistei de novo para a IstoÉ, a música Orrameu depois de algumas conversas comigo sobre essa expressão (eu queria fundar um jornal com esse nome). Costumo dizer que ouvi em primeira mão, na voz de Rita, que folheava seu caderno, a música em que diz "down down down no hight society".

Sempre que o assunto Rita Lee vinha à tona, Wagner Carelli lembrava desse cruzamento entre São Paulo e a fronteira gaúcha. É, meus amigos, a História é o que se escreve. Bem, lá vai o texto:


RITA LEE: SEXY, DEBOCHADA, CORAJOSA

Como será Rita Lee quando os refletores se apagam, ela desce do palco, tira a maquilagem, deixa de lado suas roupas cheias de brilho e vai para casa?

Nei Duclós

Ela está com a mais corriqueira calça jeans deste mundo, combinada (ou descombinada?) com uma bata roxa. Acreditem: chinelinhos com uns enfeites felpudos, como aqueles das nossas avós, estão nos seus pés. Nem sombra de riscos pretos em torno dos olhos, nem sombra de camadas e camadas de batom nos lábios. Funga feito um gatinho cansado, franzindo bem o nariz, quando percebe que esse tipo de graça faz seu filho de 1 ano muito feliz. Um único e mínimo sinal de que tenho à minha frente a figura da rainha do rock deste país - aquela mulher que compôs uma das mais conhecidas músicas do momento, a divertida Perigosa, onde afirma: "Sei que eu sou bonita e gostosa" - está nas meias que ela usa, umas meias amarelas engraçadas, estampadas, "muito loucas", detalhe que a gente espera encontrar, ou acha que combina à perfeição com Rita Lee.

Ela é alta, muito magra, tem a pele branca e olhos bem azuis. Os dentes são um pouco irregulares, e seus cabelos têm exatamente aquela densa cor de fogo que a televisão nos revela. Mas todo o resto que a televisão e seus shows ao vivo costumam mostrar - uma Rita Lee ousada, agressiva, extravagante, irreverente, debochada e sexy - não está ali, sobre o tapete macio, rolando em torno de Beto, o filho, fazendo caretas. Seus 30 anos, que parecem bem menos, não conseguem tirar dela o ar de garota travessa. Fico pensando se é possível, pelo menos, dizer que ela é, como em sua música, "bonita e gostosa". Bem, bonita, naquele conceito clássico de beleza, que exige traços bem delineados, olhos de cor rara, boca que pareça ter sido traçada a cinzel, Rita Lee não é. "Gostosa", depende do que se considere como tal - para quem achar que essa definição se encaixa perfeitamente em Fafá de Belém, e seus tantos atributos, por exemplo, também não é coisa que se diga de Rita Lee.

Mas não se pode negar: nada melhor do que descrever Rita afirmando que ela é bonita e gostosa. Ela é isso de um jeito novo, pelo seu à vontade, pela alegria que cria à sua volta, pela festa que inventa, como ela diz. Sendo mais claro: ela gosta dela mesma, ela se sente bonita e gostosa e não deixa de nos contagiar por completo.

Seus cabelos estão presos por grampos, mas a cada minuto ela os solta e torna a prender. e meio elétrica, gesticula sem parar, anda pelo apartamento. E engraçada. Me pediu um cigarro, logo no começo da nossa conversa - o seu, sempre Hollywood, havia acabado. Mais tarde pediria outro, mas então preferiu fazer a sua cenazinha: pôs as mãos para trás, os pés um pouco para dentro, como uma menina envergonhada, sacudiu os ombros e torceu um pouco a cabeça de lado: "Você poderia me dar mais um cigarro?" Diz que faz isso não para provocar riso, o que fatalmente acaba por conseguir, mas por timidez. "Fica mais fácil eu fingir que sou tímida, sendo mesmo tímida, do que ficar tentando bancar a impetuosa, a valente."

Essas impressões todas vão surgindo do enquanto vamos tentando começar uma conversa mais consistente. Ela mesma diz: "Você já notou que eu não consigo falar da mesma coisa por muito tempo, que eu mudo de papo a toda hora?" Claro, quem não notaria? Assim como logo perco as esperanças de ouvir respostas diretas. Tudo sempre começa com vago "não sei", "acho que não". Mas ela supera os seus pequenos silêncios, e começa a falar. Admiração, por exemplo, ela tem pelos Beatles, claro. Quando o conjunto se desfez, ela adotou os Rolling Stones, paixão que dura até hoje. Os Stones, aliás, estão em dois posters gigantes nas paredes da sala de seu apartamento. Mas tem mais na sua lista de preferências: Dolores Duran. Para Rita, Dolores foi uma pessoa incrível: "Ela sempre me impressionou porque era uma mulher que compunha e cantava". Um certo sabor de feminismo, nas suas palavras? Sim, pode ser. Certa vez, Rita já declarou que acha os movimentos feministas "uma grande confusão, uma espécie de clube da Luluzinha, onde homem não entra, muito pretensioso". Mas acredita na emancipação feminina pelo trabalho.

E depois tem essa história de querer transformar o mundo. Sim, isso é necessário, é preciso romper essa espécie de seriedade oficial que parece aprisionar as pessoas. Mas que ninguém espere ver Rita Lee, um dia, no meio da rua, numa passeata seja lá por que for. "Não acho que isso mude alguma coisa. Acredito que ajudo muito mais às pessoas com o meu trabalho." Ela já cansou de ouvir, também, que deveria se aproximar mais dos "medalhões" da música popular brasileira, juntar o seu jeito debochado de ver o mundo com as visões desse pessoal e ver no que dá. Ah!, ela não fará isso. Por quê? Ela pensa um momento, põe a mão no peito, ri e diz: "Porque, afinal de contas, eu sou uma garota, ora!" Mas ela sabe que. apesar de dar essa impressão, não é mais uma garota. E, embora ainda não tenha se acostumado com seus 30 anos, lembra-se de coisas que a fizeram amadurecer. Sua prisão, por exemplo. Foi em 1976. Rita estava separada de seu primeiro marido, Arnaldo, um dos integrantes do conjunto musical Os Mutantes, com o qual ela começou sua carreira artística, doze anos atrás, e morava com a empresária com quem trabalhava na ocasião. Rita estava começando um caso de amor com um outro músico, Roberto, seu atual marido. Estava começando também uma gravidez. A vida andava animada. A casa onde Rita morava, em São Paulo, também. Era um lugar aberto, no sentido literal da palavra. Portas abertas para todos, a qualquer hora. Ninguém sabe de onde partiu a denúncia, sequer se houve denúncia, ou, enfim, o que aconteceu ao certo. O que Rita lembra com precisão é que um dia alguns policiais entraram porta adentro em busca de maconha, pó, ácido, drogas. O que houvesse. E encontraram uns restos de cigarro de maconha num cinzeiro. No dia seguinte, os jornais contavam a história da prisão: as fotos mostravam Rita, meio abatida, o corpo já revelando o começo da gravidez. Será solta, não teve culpa, não fumou, é uma vítima, mas será que é, e grávida desse jeito - eram as várias considerações que o noticiário ia alinhavando diariamente. Na verdade, Rita Lee ficaria presa durante trinta dias. Numa cela comum. com mais sete pessoas, num espaço onde se arrumariam apenas quatro. "Foi um tempo complicado. mas me ajudou muito. Tudo aquilo era uma coisa tão distante de mim, nunca pensei que passaria perto de uma prisão, e de repente lá estava eu. E eu pude ver quem são as pessoas que estão lá, todas tão parecidas com a gente". ela comenta.

Afinal, veio uma espécie de liberdade vigiada, pôde ir para casa, mas tinha que cumprir horários, obedecer como que um toque de recolher: nada de andar por aí à noite. Exceções eram abertas aos seus shows, inevitavelmente realizados em horas "proibidas" pelo regulamento que tinha.

Aí ela começou a viver a sua segunda fase de ser gente grande: esperar o filho nascer. Mas não se pense numa Rita Lee sisuda, aguardando quietamente em casa o fim da gravidez: lembro-me de uma apresentação dela na TV, nessa época, em que ela alisava ostensiva e marotamente a barriga. enquanto tentava um rebolado dos velhos tempos em que seu corpo era esguio. E então nasceu Roberto que, com o pai. hoje forma a dupla dos "dois Robertos. únicos amores da minha vida". Beto, o bebê, dá lições diárias à Rita. Ela volta à infância, pensa novamente em valores como a importância da harmonia familiar. Beto se diverte ao seu lado. Quando Rita não está em casa, ou quando viaja, ele fica aos cuidados de uma babá e da própria família de Rita - seus pais moram a poucos quarteirões de seu apartamento, no bairro da Aclimação, em São Paulo. Mas quando Rita está por perto. Beto se atira em sua direção, ofega, quer folia.
Os pais de Rita acham que ela é comportada demais!


E folia é a especialidade de Rita Lee. A qualquer hora, em qualquer circunstância. Pode ser que você já a tenha encontrado na rua e nem sequer tenha imaginado que era ela que caminhava ao seu lado. Porque, afinal, como suspeitar que aquela velhinha, toda arrumada à antiga, fosse Rita Lee? E como, meu Deus, Rita Lee pode ser uma velhinha? Porque esse é um dos muitos tipos que ela cria, e gosta tanto, e se diverte tanto. que sai por aí caracterizada. Há também a "Gina", uma solteirona muito exibida e assanhada, segundo a descrição que Rita faz dela. "Gina corre para o telefone cada vez que inventa uma música nova, só para avisar o Gilberto Gil", conta Rita. Confesso que fiquei curioso para conhecer Gina.

Quando Roberto, o marido, aparece na sala, já passa do meio-dia - ele acabou de acordar. Rita falava justamente do romance dos dois. No começo, um não ligava para o outro. Rita havia gostado do arranjo que Roberto, então guitarrista do conjunto de Ney Matogrosso, tinha feito para a música Bandido Corazón, que Rita compôs. "Mas, mesmo assim, cada um fazia pose para o seu lado", ela lembra. A aproximação foi acontecendo devagarinho até que a dupla se formou, profissional e afetivamente. Roberto não é só o marido de Rita, é também seu empresário, o guitarrista de seu conjunto, parceiro de algumas músicas. Com 25 anos, uma carreira artística que a família queria que fosse feita na música clássica, ele é o oposto da mulher. Calmo, um jeito de falar muito sossegado. Beija Rita no rosto quando aparece e adverte, brincalhão: "Não fica inventando aí, não". Rita logo avisa que tem novidade para ele, as revistas da semana inundadas com reportagens do carnaval carioca, mulheres seminuas, de braços abertos para a câmera, gente famosa que veio ver a festa toda. Rita já havia confessado que gosta de ir ao Rio de Janeiro ''curtir o beautiful people", ou seja, as pessoas da moda, os "badaláveis" ou "badalados". E foi o que fizeram, ela e Roberto, no último carnaval. Transformam-se em dois adolescentes quando contam suas peripécias. Procuraram falar com Rod Stewart, um dos iniciadores do movimento de música pop - "um snob, um chato, de origem humilde, mas que acabou se convencendo com o próprio sucesso". Viram Peter Frampton, também ídolo do mundo pop - "um boboca, andava pra lá e pra cá, meio corcunda, procurando não sei o quê" (Roberto imita Frampton). E o Elton John, então! "Coitado", diz Rita, "não sabia o que fazer quando aquelas mulheres deslumbradas se atiravam nos braços dele, gritando Elton! Elton!" (a vez de Rita imitar Elton John). E emenda: "Tudo, tudo mentira, tudo só pra fotógrafo fotografar e pôr na revista, tudo falso, uma alegria fingida".

Muito diferente dela que, quando sobe num palco, faz caretas, borra o rosto em mil cores, se contorce, está sendo muito sincera. Está fazendo o que sente, sem preparação, sem esquemas. Não é alegre para os outros, é alegre para ela mesma. E sabe por que faz sucesso: "Eu tenho talento", ela diz seriamente. "Eu tenho talento, posso demorar, mas chego lá." Ou melhor, já chegou lá: seus discos nunca vendem menos de 200.000 cópias, sua agenda de shows é abarrotada. E vai ganhando admiradores: crianças, para quem ela é divertida, engraçada, alegre; mulheres, para quem é uma pessoa corajosa, capaz de atitudes firmes, inesperadas, capaz ainda de assumir essas atitudes; homens, que a vêem como um novo mito de mulher.

Rita quer todos esses admiradores. "Me preocupo em atingir a todos, por isso componho músicas para outros cantores, quero chegar perto das pessoas, seja como for." Aliás, ela se prepara para que esse contato seja bem mais próximo, brevemente: com um novo show, Babilônia, ela vai percorrer o Brasil. E o que é Babilônia? e como se fosse um retrato, a seu modo, da cidade de São Paulo, onde nasceu, cresceu e está criando o filho. E onde ela vive uma espécie de teima, a de conseguir manter o bom humor e a cabeça fresca, apesar da cidade "séria e cinzenta".

Mas que fique claro não ter ela qualquer queixa de São Paulo. Aqui estão seus caminhos. "Só aqui, nesta terra de imigrantes, é que pode surgir uma nova raça. É aqui que as loucuras chegam primeiro, como o requebro dos quadris de Elvis Presley e o iê-iê-iê dos Beatles." Foi em São Paulo, também, que Rita Lee deu seus primeiros passos como artista. Filha de um dentista, descendente de índios norte-americanos, com duas irmãs mais velhas do que ela, Rita Lee teria, pela vontade do pai, carreira muito pacata: seria veterinária. "Já que ela gosta tanto de bichos, por que não?", pergunta-me Carlos Fenley Jones, o Charles, segundo o apelido familiar, pai de Rita. "Ou então, ela poderia ser dentista, uma dentista cientista. Enfim, poderia ter uma profissão que desse a ela o direito a aposentadoria por tempo de serviço, por velhice, e não dependesse dos caprichos do gosto do público. Afinal, a qualquer momento ela pode deixar de fazer sucesso, e aí terá que forçosamente se aposentar."

Mas Charles não é pessoa capaz de obrigar alguém a fazer o que não gosta, nem dona Romilda, mãe de Rita. E a família em peso acabou renunciando à idéia de ver a filha e irmã caçula, boa aluna no colégio, vencedora de competições esportivas na escola - sua mãe tem medalhas dessas vitórias até hoje -, com uma profissão "estável". Mas ao contrário do que Rita às vezes gosta que se pense, ninguém a considera a ovelha negra da família, como chegou a dizer numa de suas músicas. Rita afirma, até mesmo, que os pais não falam com ela, como que revelando a desaprovação deles ao seu modo de vida. Mas é pura invenção. A única restrição que fazem à carreira da filha famosa é que ela é desgastante. "Rita trabalha demais, não tem hora para comer, o que é um perigo para a anemia dela", comenta preocupada dona Romilda. (Essa anemia, inclusive, já levou Rita para o hospital. Ela sabe que para ajudar a resolver o problema deveria deixar de fumar, hábito que lhe tira o apetite. Mas como fazer para deixar o cigarro de lado?).

Nem mesmo a prisão rompeu a solidariedade da família à Rita. Ficaram abalados com o fato, é claro, mas encararam tudo com compreensão. Afinal, é uma forma de retribuir o apego de Rita a eles. "Não parece, mas ela está sempre preocupada conosco, com a casa. Imagine que há pouco tempo fizemos uma reforma, trocamos um piso muito antigo, e Rita ficou brava, disse que aquilo não devia ter sido mudado, que era bonito, precioso, era uma coisa da infância dela", diz dona Romilda. E, na verdade, Rita não fica muito tempo longe da casa dos pais. Como é perto de seu apartamento, está sempre lá, com Beto a tiracolo - ele é o único neto da família, seus brinquedos se espalham pela casa toda.

Agora, tem uma coisa que Rita Lee não é mesmo: dona-de-casa. Cozinhar, não sabe. Fazer compras, também não. E "desligada", precisa que uma secretária viva lembrando seus horários e compromissos. Se dependesse dela própria, jamais chegaria a algum lugar na hora marcada. Ah! mas também o que se pode esperar de alguém que tenha o ascendente em Aquário? (Astrologia é um dos seus assuntos prediletos.) Mas ela não se queixa, afinal é muita sorte ter esse ascendente, pois ela é de Capricórnio, e os capricornianos são muito rígidos e, se não tiverem um Aquário na vida, correm o risco de ser pessoas, no mínimo, muito chatas. Se ela acredita mesmo em tudo isso? Claro, ela tem provas de que astrologia é assunto sério. Pois não foi um astrólogo que muito antes que ela pensasse a respeito, avisou que ela ia ser mãe do Robertinho?

Não sei até que ponto Rita Lee gosta que as pessoas - o seu público - saibam que fora do palco ela é uma mulher que a gente poderia chamar de muito comportada. Que aquela imagem coleante, coberta de brilhos e cores, desaparece completamente quando as luzes dos refletores se apagam. Ela parece apreciar a idéia de que todos a considerem sempre "bem maluca", "muito louca", "garota engraçada", comentários que sempre fizeram a seu respeito, desde o tempo de Os Mutantes, quando ela se fantasiava a cada apresentação do grupo. Não que queira esconder seu apego à família, sua timidez palpável. Mas, sabe como é, se todos ficam sabendo disso, não acabará "dando um gelo" - expressão de Rita - nessa imensa festa que ela armou à sua volta?

Bem, a festa parece firmemente plantada. Os participantes estão sempre atentos às solicitações da rainha. "Rock é música brasileira?", Rita provocava, num dos momentos de seu show Refestança, feito com Gilberto Gil, no ano passado. "E E E E E E E...", endossava em coro a platéia, para ódio dos críticos de Rita - eles existem, como não! Que falem. Que é estrangeira, que tudo o que faz não passa de brincadeira. Não está preocupada. Afinal, ela é de Capricórnio. E dessas que vai, vai, até conseguir o que quer.

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