Nei Duclós
No primeiro sol expus a roupa
Que a máquina lavou de madrugada
São algumas peças, a oferta é pouca
Não encontro os modelos adequados
A indústria trata com suspeita
Quem extrapola as medidas do esquadro
Escassa vinha para quem é grande
E não tolera números apertados
Assim fico sem meia ou sapatos
Pois não se encontra mais 44
Vendemos tudo, dizem sorridentes
Os balconistas cretinos do mercado
Devo importar tudo da Tartária
Aqui só temos uniformes bem pequenos
E chapéus que não cobrem a carcaça
Mas o que tenho serve, mesmo que eu repita
Todo dia a mesma indumentária
Como a calça jeans que eu sempre usava
Quando vivia pobre sem salário
Nei Duclós
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