Nei Duclós
Tirei da poesia o que ela tinha
Para ver o que havia dentro dela
Objetos diversos, quinquilharias
Letras de forma sem formar sílabas
E um ruído de cosmo antes do início
Optei por recolher alguns vestígios
Da arte que até então eu conhecia
Mas não pude armar qualquer sentido
Perdi a embocadura, vi-me no limbo
Costurando a linha de uma crise
O tonel do poema estava cheio
Deveria aguardar o acontecido
E não sofrer com a abstinência
Própria dos pobres arrivistas
Agarrei-me a um soneto bem antigo
Romântico, que trazias na bagagem
E assim recuperei a epifania
De continuar a partir do que Deus fia
E não romper o selo da armadura
Que a natureza em nós providencia
Nei Duclós
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