Nei Duclós
Amor é transgressão consentida
Armadilha que pega na curva
Anzol de espera com isca de açúcar
Rede invisível no cardume
Amor é caça fingindo ser vítima
É cair em cima assim por acaso
É jogar no fogo ignorando o incêndio
Amor não é louco, evita o diagnóstico
Acróstico de letras do teu nome
Palavras cruzadas fora do cânone
É vogal tônica, corpo atônito
Diante de um dicionário
Charada que enrola o imaginário
Amor é pobre, anda de ônibus
Com a chave do luxo inútil entre o povo
É usar carro do ano vestindo trapos
É paradoxo, conflito ambulante
É tua virada de rosto quando chego ao topo
E me emocionas nesse gesto anônimo
É quando me apaixono
E descubro que há muito tempo
Tinhas no bolso
Esse jogo de armar
Que ninguém vence
E que guarda em si teu único prêmio
Nei Duclós
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