Nei Duclós
A cidade das águas e do pampa
Das ruas largas
Dos bustos de bronze dos poetas na praça
Da caça às perdizes
Com linhadas no barranco e no barco
Não foi a cavalo que te conheci
Montado em rebanhos que pontuam soberanos no pasto
Foi a pé, como se eu fosse do
Exército
Foi a remo, para além do Touro Passo
Nos invernos do Jarau e dos assombrados horizontes da Argentina
Compartilhados conosco
Os do Outro Lado
Cidade do rio Uruguai e das despedidas do sol
Que some engolido pelos silêncios
Que cultivo em meu intimo acampamento
Minha mãe varrendo a calçada onde meu pai dormia no verão
O rádio Mullard em sintonia com Londres e Pequim
E Liberace a toda na eletrola hi fi
Tudo visto da janela do trem
Que numa curva sumiu e reapareceu
No lombo da palavra do tempo
Que resiste no adulto ainda menino
morando onde jamais partiu
Nei Duclós
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