Nei Duclós
Nenhuma fantasia substitui
o que és de fato, esse perfil
fruto do toque do cinzel
em pedra bruta
Essa formação de escura
geografia, perdida no tempo
imaturo, esse dia visto
pela vez primeira
Essa poesia de gestos
e carnificina, linhagem
de anzóis em correnteza
jugo em pânico da beleza
Por mais chapéus que ponhas
e mantos e brocados e cabelos
desfeitos ou arrumados
e pinturas, nunca terás nada além
do que tu mesmo, criatura
de um deus teimoso, vergonha
da família, carregador de piano
em concertos mudos
E verás as fotos do que eras
mas cavocando mais, no sacrifício
despontará tua dor eterna
de permanecer vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário