1 de abril de 2016

JEJUM



Nei Duclós

Poeta só pensa nele, mas viaja
por onde tudo lhe escapa
como um trem amanhecendo

Poeta é amigo do alheio, recolhe
o que não compreende
para o quarto de despejo

Poeta é bruto supremo, pertence
ao que sobrou do resíduo
de um remoto planeta

Poeta é pedra e consenso, conflito
morto de medo. Não consegue
se desaver com a imprudência

Poeta não toma providências
condena o que mais aprova
jejua quando há banquete


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