Nei Duclós
O vento levou o dia
O tempo está a passeio
Os pássaros da noite
Assombram o acampamento
Conto as estrelas cadentes
Que somem em buraco negro
Os olhos sob a coberta
revelam o que não vejo
É a madrugada insone
No mato de mil ruídos
O peixe fugiu do arroio
A infância dorme com medo
O sol faz café bem cedo
A lona veio do Exército
O barro destas barrancas
É um vestígio de sangue
Os bravos fazem campana
Suas almas vestem o poncho
As botas ficaram prontas
Protegidas do sereno
Cheiro de pólvora seca
Mil espinheis na espera
O dourado mais valente
Fisgou-se no anzol paterno
Nenhum comentário:
Postar um comentário