Miguel Lobato Duclós (1978-2015) não deixou de fora nenhum grande filósofo na sua
árdua formação acadêmica. Aqui ele se dedica ao Sartre de O Ser e o Nada e de A
Idade da Razão, para nosso proveito e conhecimento. O tema não poderia ser mais
atual: a má-fé.
"POSSIBILIDADE E REALIDADE NA CONDUTA DE MÁ-FÉ"
POR MIGUEL DUCLÓS
http://www.consciencia.org/sartre1.shtml
"A melhor ilustração acerca da tensão existente entre
possibilidade e realidade na Conduta de Má-Fé é o exemplo da mulher que vai a
um primeiro encontro, exposto na página 101 de O Ser e o Nada1, no Capítulo
"As Condutas de Má-Fé". Ali vemos uma mulher tentando negar para si
todo o entorno de significações, comprometimentos e impulsos que a situação
carrega, agarrando-se ao significado explícito, à coisificação da atmosfera.
Ela é perfeitamente consciente do propósito que está pressuposto para o
desenlace do encontro, das intenções por trás dos atos do cavalheiro, do apelo
sensual presente em um simples toque de mão. No entanto, mente a si ao despir a
ocasião desses atributos e situá-lo fora do fluxo temporal, encarando-o como
mera qualidade objetiva. A priori, despoja a ocasião de sua intencionalidade,
limita seu parceiro a um objeto, ao Em-si. Nega assim sua liberdade ao
afirmar-se como transcendência. Mas ao mesmo tempo que tenta escapar da
intencionalidade indo em direção ao transcedente, ela se deixa conquistar como
coisa, afirmando-se como facticidade. Esse ajuste do foco da transcendência
como facticidade e vice-versa é característica da conduta de má-fé.
A mulher do exemplo, ao isolar assim o presente, vive-o sem
ao viver. Timidamente, escapa da interação real, para espiritualizá-la. A
admissão do desejo que envolve a cena e ao qual ela aspira a "humilharia e
causaria horror". A mulher admite o desejo, mas o apreende não como sendo
o que é, e sim em sua transcendência. Sua consciência faz o movimento entre a
facticidade e a transcendência. Se projeta além da imanência, navegando nos
diferentes níveis de temporalidade, sem deixar que a percepção encontre o fato
e o presente, muito embora saiba o que está ocorrendo , a um nível que reprime.
A consciência é concebida, de acordo com a herança fenomenológica, em seu
caráter intencional, eliminando-se a concepção coisista da imagem. O movimento
da consciência entre facticidade e transcendência não deve ser entendido,
entretanto, como um retorno aos dualismos rechaçados por Sartre, já que não há
a oposição corpo/espírito.
É essa, aliás, a definição de má-fé: mentir a si mesmo.
Sartre apresenta a má-fé como tendo a mesma estrutura da mentira, mas suprimida
da dualidade entre enganador e enganado. Quem mente e quem recebe a mentira são
a mesma pessoa. A consciência não é nada em si mesma, mas uma intencionalidade
que tem de se relacionar com o mundo. A consciência busca o ser, e portanto é
sempre consciência de alguma coisa. O ser da consciência é a consciência de ser.
Ou, de acordo com a primeira fórmula sartreana: "a consciência é um ser
para o qual, em seu próprio ser, ergue-se a questão de ser ser enquanto este
ser implica um outro ser que não si mesmo".
Essa translucidez é que transforma, de certa forma, a má-fé
em boa fé, já que quem está de má fé está ao menos consciente dela. Esse é o
caráter da negação interna, que torna a má-fé tão peculiar dentro do conjunto
de negatividades que é próprio ao ser humano. Como diz Sartre na página 92, o
ser humano não só revela negatividades no mundo, como pode tomar atitudes
relativas em relação a si. A diferença crucial entre má-fé e mentira deriva da
unidade da consciência, já que ambas possuem a mesma estrutura. Na má-fé,
porém, a consciência afeta-se a si mesma. Quem mente e quem recebe a mentira
são uma mesma pessoa: eu preciso conhecer a verdade para poder escondê-la de
mim.
Como enuncia a famosa fórmula sartreana, "a existência
precede a essência. Isso implica na situação solitária e na total
responsabilidade humana perante sua liberdade. O homem, ciente de sua finitude,
receia ser livre, se torna um ser angustiado, e por isso procura abrigo na
transcendência, no Absoluto. Atribui os fatos de sua vida ao destino, à Deus, à
circunstâncias externas que agem indiferentemente, e mesmo contra a sua
vontade. Sua liberdade para se efetivar, tem de ser consciente de sua situação
como realizador de possibilidades. A vida é uma escolha constante entre
possibilidade que só termina com a morte. O momento da morte transforma a vida
em destino, na frase de Malraux. A ironia se dá quando se constata que essa
fuga para a transcendência só é possível graças à mesma liberdade que o homem
reluta em aceitar. Essa é sua conduta de fuga. Nesse contexto, a má-fé se
revela como essencial se tomarmos o ser-no-mundo não como um estar de uma coisa
em outras, mas sim como caráter constitutivo da existência humana. A
consciência encontra o outro, em sua busca pelo ser.
Cegamente, tenta atribuir existência ao para-si. A mentira,
definida como conduta de transcendência, em direção ao nada, presume a
existência do outro, a minha existência, e a existência do outro para mim. A
negação recai sobre o exterior, que é expulso da consciência. Essa adota uma
atitude cínica, ao afirmar internamente a verdade e negá-la para o outro.
Algumas pessoas trazem a negação na sua própria estrutura subjetiva, e toda a
sua experiência na Terra não passa de repetições e variações do Não. A teoria
da mentira ilustra uma mentira ideal e uma má-fé ideal, sendo que as mentiras
vulgares ficam geralmente no intermédio entre as duas. Sartre chama a má de um
fenômeno evanescente, com uma estrutura precária, justamente pela dificuldade
já apontada que surge entre a translucidez da consciência e a má-fé. Não é
possível realmente mentir a si mesmo deliberada e cinicamente: a mentira
retrocede e desmorona ante o olhar da consciência.
A rejeição da linguagem coisificante permite também Sartre
tecer uma crítica à psicanálise. É a esta que geralmente se recorre para se
tratar do problema caracterizado por Sartre como a má-fé. Porém, a psicanálise
introduz o conceito de mentira sem mentiroso. O papel deste seria exercido pelo
inconsciente. O sujeito consciente se encontra então diante de fenômenos
psíquicos factícios alheios, instintos primordiais não verdadeiros nem falsos,
mas reais, assim como a mesa e a cadeira são reais. Perde a sua unidade
psíquica proporcionada pela translucidez da consciência para a cisão entre Id
(inconsciente) e Ego (eu). A explicação através de matrizes comuns permite
afirmar que há uma verdade por parte do enganador, o Id.
O acesso a essa verdade seria dificultado pela censura. A
ação de uma terceira pessoa, o psiquiatra, é necessária para vencer esse
bloqueio. A cura se daria pela identificação do complexo causado pela
experiência traumática. O determinismo psicológico torna o sujeito externo a si
mesmo: " Sou meus próprios fenômenos psíquicos, na medida em que os
constato em sua realidade consciente: por exemplo, sou esse impulso de roubar
tal livro desta vitrine, formo corpo com esse impulso, ilumino-o e me determino
em função dele a cometer esse roubo. Mas não sou esses fatos psíquicos na
medida em que os recebo passivamente e sou obrigado a erguer hipóteses sobre
sua origem e verdadeira significação, exatamente como um cientista conjectura
sobre a natureza e essência de um fenômeno exterior". (pg. 97)
A explicação psicanalítica é mais do que insatisfatória, é
também mais uma conduta de fuga. Evita a responsabilidade e liberdade, e relega
ao outro o poder de cura. Com conhecimento de psicanálise eu posso tentar a
auto-terapia, mas apenas aplicando esquemas abstratos, regras apreendidas e
pré-definidas. Freud rejeitou a filosofia discriminando-a de relações com sua
psicanálise porque estava aspirava a certeza científica. A ciência da mente
procura resultados confiáveis como as ciências naturais. A mente é tratada
assim como mais um elemento natural, um objeto passível de investigação
elucidativa e submetido a leis estáveis. Mas Sartre apreende bem a lição de Hume
ao desprover dessa "ciência" a pretensão da certeza. As certeza é
dada somente pela intuição. Os resultados da psicanálise, se obtidos, seriam da
ordem da probabilidade de hipóteses científicas.
A psicanálise coloca o sujeito como outro em sua relação consigo
mesmo, só que o outro estaria numa estrutura psicológica mais profunda:
"Assim, a psicanálise substitui a má-fé pela idéia de uma mentira sem
mentiroso; permite compreender como posso não mentir a mim, mas ser mentido,
pois me coloco, em relação a mim mesmo, na situação do outro; substitui a
dualidade do enganador e do enganado, condição essencial à mentira, pela
dualidade do "Id" e do "Eu", e introduz em minha
subjetividade mais profunda a estrutura subjetiva do mit-sein." (pg 97).
Ao atribuir a ação do homem a impulsos do inconsciente, a
psicanálise nega a translucidez da consciência. A consciência é consciência de
ser consciência. Sartre nega que ela exerça um papel secundário no fenômeno da
má fé, nega sua subordinação ao inconsciente. È impossível um saber ignorante
de si, todo saber é consciência de saber. A consciência não poderia ter
relaxado a sua vigilância para deixar de discernir os impulsos que resultam em
censura. Dizer o contrário é dizer que a consciência é também ignorante dos
impulsos instintivos lícitos. Sartre cita os experimentos do psiquiatra Wilhelm
Stekel, para quem o núcleo de toda psicose seria consciente.
A antítese da má-fé é aquilo que Sartre chama de
sinceridade, sobre a qual não iremos explanar em detalhes. Para nosso objetivo,
basta dizer que a sinceridade aparece quando o homem pode ser o que é, em todos
os sentidos. A estrutura da sinceridade, porém, é idêntica á da má fé, já que
ser apenas o que se é é ser em-si, e o homem não é o que é. Nesse sentido, a
sinceridade exigiria que nos façamos ser o que somos. Nosso modo de ser é dever
ser o que somos. Sartre dá um exemplo do garçom (pg. 106) que cumpre total o
ritual gestualítico da maneira de ser dos garçons. Enquanto ele segue esse
ritual de conduta, está brincando de ser garçom. Mas não pode sê-lo da mesma
maneira que a mesa é mesa. Não pode ser uma coisa-garçom. Só pode sê-lo na
medida da representação para os outros e para si. Mas representar já não é ser:
"se represento, já não o sou: acho-me separado da condição tal como o
objeto do sujeito - separado por nada, mas um nada que dela me isola, impede-me
de sê-la, permite apenas julgar sê-la, ou seja, imaginar que a sou". (pg.
106-07).
A questão dá má-fé é uma parte da teoria de Sartre que
encontra estrita consonância com a literatura. Embora o personagem de Sartre
que seja quase uma encarnação da má-fé seja Antoinette Roquentin, de A Náusea,
iremos tentar aproximar algumas das considerações feitas com os personagens de
A Idade da Razão2, primeiro romance da Os Caminhos da Liberdade. Essa, ao meu
ver, é a parte da trilogia que encontra relações mais definidas com o objeto de
nosso estudo. Mathieu DeLarue é o professor de filosofia que se vê às voltas
com um problema, sobre o qual o romance gira: sua namorada está grávida, e ele
procura dinheiro para pagar o aborto. Mathieu é um homem maduro, chegando aos
40 anos, assim como sua namorada, Marcelle. Mas esta quase não tem vida social,
fica confinada na casa de sua mãe, é cheia de conflitos, insegurança, e
dúvidas. Trata Mathieu com carinho e condescendência. Mas Mathieu está longe de
querer assumir um compromisso definitivo com ela. Vaga como folha ao vento
sabendo que não está vivendo sua vida verdadeiramente. Mas espera uma
oportunidade, ao mesmo tempo que flerta com Ivich, irmã de seu aluno e
admirador Boris. Completando o círculo de personagens principais temos Daniel.
Homem bonito, bem financeiramente, é sempre assediado pelas mulheres, mas nutre
desprezo e ódio por elas e por quase tudo à sua volta.
A técnica narrativa de Sartre é soberba, um personagem por
capítulo é abordado, num tempo simultâneo, o narrador girando como uma roleta
impessoal, implacável e indiferente. As possibilidades de Mathieu vão se
esgotando, na medida em que vê suas tentativas, uma a uma, frustradas. Seu
tempo também escoa rápido, pois Marcelle revelou sua gravidez já tarde, e
dentro de mais um mês o feto estará grande demais e o aborto será arriscado.
Daniel, apesar de ter os quatro mil francos necessários, nega-os ter. Ele
mantém encontros às escondidas com Marcelle. Mathieu se vê então obrigado a
recorrer a Jacques, seu irmão tabelião, coisa que não queria. Jacques foi um rebelde
durante a juventude, tendo participado do movimento surrealista, mas
amadureceu, virando um burocrata da advocacia e fazendo um casamento de
conveniência com uma mulher da sociedade. Se transformou num perfeito burguês,
definição que não nega, mas sustenta. Jacques também tem o dinheiro, mas não
quer emprestá-lo. Aproveita a visita do irmão para tecer severas críticas à sua
vida pessoal. Mathieu estaria agindo como um homem casado, seu romance com
Marcelle não teria mais nada de aventura.
Ele vai visitá-la rotineiramente e lhe conta seus problemas
no trabalho. Hipocritamente, estaria fugindo da responsabilidade sob a fachada
de ser um amante, e não um esposo. Com 34 anos, já não têm nada de jovenzinho,
e precisa atingir a idade da razão. Mathieu é um burguês, segundo Jacques,
embora não o admita. Vive perfeitamente como burguês e tem uma situação
financeira estável como funcionário público. Mas rejeita a burguesia e condena
o modo de vida da sociedade parisiense. Jacques teria tido a coragem de assumir
sua condição burguesa e entrar para a sociedade. Mathieu participa dela sem se
deixar comprometer. É quase um espectro, vive sem viver. Apega-se a uma visão
da liberdade plena que experimentou na juventude mas que agora se revela
fugidia. Poderia se pensar numa acusação semelhante à que As Leis faria a
Sócrates, se aceitasse o exílio, conforme relata o Criton de Platão: “Pois bem,
Mathieu, desfrutaste esse tempo todo de nós, a Sociedade Parisiense, e mesmo
assim nos nega. Usaste nossos bares, comeste nossas comidas, recebeste teu
salário, repousaste faceiro nos braços de Marcelle durante todos esses anos, e
mesmo assim não queres arcar com as conseuências dos teus atos. Tudo o que
pedimos é que cases com Marcelle e admita ser burguês e conivente”.
No plano dos fatos, a acusação de Jacques se verifica.
Mathieu estaria agindo de má-fé, apegando-se à uma transcendência. Ao mesmo
tempo que desfruta da sociedade burguesa, não se vê envolvido nela, não se vê
como um burguês. Essa fuga naturalmente é a razão de sua angústia. A ocasião da
gravidez o coloca em cheque. Jacques oferece uma quantia ainda maior do que a
que Mathieu pede se esse assumir sua posição e se casar com Marcelle. Sua
conduta para com Marcelle a humilharia. É tão egoísta que sequer pensa que Marcelle
pode querer ter o filho. Que afinal, não queira ser apenas sua amante, como no
princípio do romance, mas sua esposa. Mathieu foge dessa pacata vida em família
em nome de sua liberdade. Tem um amigo da juventude, Brunet, que é militante
comunista. Brunet, como Jacques, teve a coragem de se assumir como o que é. Ou
como brinca de ser. Toda a sua vida está sintonizada com o partido, com as
agitações políticas que precederam a Segunda Guerra. Ele convida Mathieu a
entrar nesse mundo de decisões reais e ações rápidas. Mas Mathieu,
sofregamente, nega. Também não é isso que quer. Não se vê atraído pela agitação
do partido, embora esse pareça ser o portador da única forma de contestação
efetiva da sociedade burguesa na época. Mathieu flagela-se quando vê o velho
amigo se afastar, decepcionado. Brunet, esse homem forte, tornaria o mundo real
ao passar por ele. A vida de Mathieu é espectral, evanescente, justamente
porque nega a intencionalidade do presente. Sua vida cotidiana não estaria à
altura de seu projeto de liberdade, e assim ele se pede no vazio.
Mas o que quer Mathieu, afinal? As acusações de Jacques
parecem ser justas, mas não seria possível, talvez, pensar numa defesa, numa
justificação para a conduta de Mathieu? O próprio Brunet parece entender os motivos
do amigo. Como dissemos, Mathieu teve um vislumbre da liberdade plena durante a
juventude e sobre ela montou o verdadeiro projeto da sua vida. Enquanto não
surge a oportunidade de realizá-lo, vai se arrastando pelas suas preocupações
mundanas, deixando que decidam por ele aqui e ali. Pois ele próprio não tem uma
justificativa convincente para seu modo de agir. Dependendo das circunstâncias,
pode cometer alguns atos extremos, desvairados, como quando finca o canivete em
sua mão com Ivich, "para afirmar sua liberdade". Mathieu se guarda
para algo maior, para verdadeiras ocasiões, enquanto é arrastado pelo mundo em
turbilhão. Para alguns, no entanto, é Daniel o personagem que mais se assemelha
a alguém livre na narrativa. Daniel toma decisões espontâneas, livres, e age de
acordo com elas. Durante alguns momentos, parece flutuar entre uma calhordice
quase criminosa e cínica e bondade encenada. No final, assume-se pederasta, o
que pode ser considerado, se associarmos com o homossexual do exemplo de O Ser
o Nada (pg. 110), uma postura redentora por sua sinceridade. Ele age
bondosamente com Marcelle, e de certa forma, a ama. Casa-se com e ela e
torna-se pai adotivo do filho do amigo Mathieu. Mas é um ser solitário, que não
deixa sua vida ser direcionada por circunstâncias externas.
Mathieu, depois de rejeitar o filho, a amante, os alunos e
os amigos, encontra-se também só, como realmente sempre esteve. Sua consciência
para de trafegar entre a facticidade e o vazio e encontra o momento presente.
Essa afinal é sua entrada na Idade da Razão. Uma entrada tardia, talvez, e que
traz consigo as marcas do passado, mas que ao mesmo tempo permite esperar do
futuro apenas a exploração do presente como escolha ilimitada e responsável
diante de infinitas possibilidades que por todo lado se desdobram."
Miguel Lobato Duclós. Leia também no link:
http://www.consciencia.org/sartre1.shtml
Miguel Lobato Duclós. Leia também no link:
http://www.consciencia.org/sartre1.shtml
1SARTRE, Jean-Paul. O Ser e o Nada. Tradução de Paulo
Perdigão. Editora Vozes. Petrópolis, 1997. A bibliografia está contida nas
notas.
2SARTRE, Jean-Paul. A Idade da Razão. Tradução de Sérgio
Milliet. Editora Brasiliense. São Paulo, 1984. Para a formação de Idéias, foram
consultados ainda O que é literatura? , do mesmo autor e o texto de Maurice
Blanchot "Os Romances de Sartre" in A Parte do Fogo. Tradução e Ana
Scherer. Rocco. Rio de Janeiro, 1997.
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