Nei Duclós
Repouso o rosto no teu denso olhar
concentro em pedra o que me faz feliz
raspas o musgo que medra no cantor
tens o dom da chuva no resto do luar
Pintas o que vês filtrada pelo amor
cores misturadas de uma tarde a dois
cenas de uma dança tensa sobre o gris
ondas que retornam na hora de partir
Somos encaixes que o sonho revolveu
no tempo sem firmeza de alegria e dor
palavras que ficam para morrer depois
Areias de uma fuga ainda estão por vir
sopram despedidas no beijo que me dás
pulsa o coração que em nós se rebentou
RETORNO - Imagem desta edição: Dosfotos (Corbis) / El País
Belo poema. Mas q falta sinto das tuas crônicas sobre política. Volte, velho Nei.
ResponderExcluirAs cronicas políticas pareciam delirantes mas infelizmente eram proféticas. Escrever pontualmente seria redundante. Estou deixando que se cumpram, depois voltamos à carga, quando passar esta execrável tempestade eleitoral.
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