Nenhum ex-Beatle foi substituído. Resultado: ex-Bleatle não existe. Os quatro são Beatles for ever. Mas vai dizer isso para a mídia. Teriam um chilique, um choque anifilático. Como pode o Paul McCartney ser um ex-Beatle? O cara é o próprio. Mas tirar o ex está fora de cogitação. É questão de honra. Há uma lei que deve reger todas essas bobagens. O grupo se dissolveu, por exemplo. E o que tem a ver isso? Os caras continuam com a marca que os tornou célebres. Jamais deixarão de ser o que sempre foram.
Por 30 anos repetiram cem por cento das vezes: José Bonifácio Oliveira Sobrinho, o todo-poderoso Boni. Depois passaram a dizer: o ex-todo poderoso Boni. Impressionante que jamais deixaram de chamá-lo de todo poderoso. Se dissessem para apenas citar o nome, haveria um colapso universal. Olhos esbugalhados de pânico jamais admitiriam algo diferente do que sempre foi. Deve haver um comando automático impondo essas coisas.
Ex-BBB radical seria o Pedro Bial. Tem tanto ex-BBB que é um assombro que ainda sejam notícia. Aqui perto dois se envolveram num bafafá (sou do tempo do bafafá) e foram para a delegacia. Dois inúteis, como se revelaram diante das câmaras. É para isso que existem: para provar que o povo não é de nada. Os BBB, ex ou não, representam o povo que os poderes da ditadura querem formatar: egoista, auto-centrado, vagabundo, sacana, alpinista, ágrafo, imbecilizado.
Acho o Erramos e o blog do Luis Caversan os dois espaços mais simpáticos da Folha. Sempre me respondem, pessoalmente. Como sou um ex-Folha (epa!) , me sinto um pouco ligado no jornalão, apesar de ter mudado tanto por tanto tempo. Mas meus textos estão lá no arquivo, assinados. Nunca deram uma nota sobre meus livros, mas isso é outro departamento. A Ilustrada está muito antipática. Ex-Ilustrada.
Um out-door em Nova York passa o recado de uma ex-futura divorciada para o marido traidor. Diz que sabe que o cara tem outra e filmou tudo. E que pagou o anúncio com o dinheiro da conta conjunta. O futuro ex está frito.
Ser ex alguma coisa faz parte de um mundo de exclusão. É preciso excluir para alimentar a máquina de fazer doido.
RETORNO - Imagem de hoje: Helcio Toth revela o boneco (ex-carnaval?) e o velho na porta (ex-trabalhador?) em São Luis do Piratininga.
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