Nei Duclós
Faço música na surdez do mundo
Sílabas que não escutam
Canções em estádios ocultos
Sou o flautista que promete o abismo
E jura que existe uma ancestral melodia
Que tudo revela no horizonte mudo
Profunda poesia na harpa dos minutos
A partitura se desfaz na pauta das nuvens
Morre o eco que poderia ter dito
A provar a súmula jamais escrita
Componho como quem surta
Sem voz apesar de peregrino
Só alguns pássaros adivinham
E cercam tontos de voo
Meu ofício que teclo teimoso
Num órgão misterioso em catedrais do divino
Nei Duclós
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