Os espíritos não tem medo do escuro
Curtem quando descobrem que assombram
Procuram os lugares onde vivem
De memória como os velhos indígenas
Ao escapar do purgatório decidem
Ficar em rodizio no limbo
Aguardam vagas se um dia No paraíso lotado abrirem
Janelas de impunes virtudes
Chutam latas, puxam tranças e emitem
Sons guturais e rascantes
que os velhos cachorros
Inventam
para afastá-los do osso
Pois sentem fome as almas espúrias
Que não desistem de serem humanas
E se acaso te encontram, pastora
Na curva de rio tomam banho
E como eu, ai de mim, se apaixonam
Nei Duclós
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